sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Santa Catarina de Siena


Santa Catarina de Siena
Festa: 29 de Abril
 

   Santa Catarina de Siena nasceu em Siena no dia da Anunciação, em 25 de março de 1347, sendo a 24ª filha de um tintureiro chamado Giacomo de Benincasa e Lapa.

   Em 1953, com seis anos, tem uma visão extraordinária de Jesus. Revestido de paramentos pontificais, o Divino Mestre pairava no ar, majestosamente, sobre a igreja dos padres dominicanos. Consta que, não muitos dias depois, a precoce criança fez o voto de nunca se casar.

   Em 1362, depois de várias tentativas, aos quinze anos, Catarina entrou para a Ordem da Penitência, de São Domingos. Era uma associação religiosa, formada quase somente de viúvas, que, vivendo em suas casas, dedicavam-se à oração em comum, ao cuidado dos doentes e ao auxílio material dos pobres. Simultaneamente aos primeiros passos no apostolado, Catarina passou por grandes experiências místicas.

   Em 1367, com vinte anos, a fervorosa moça já se impunha na cidade natal de Sena: semanalmente dirigia uma reunião pública de exortação, oração e ensino, com a presença de muitos leigos, religiosos e sacerdotes no hospital de Santa Maria della Scalla. De tais reuniões nasceu a famosa “família catariniana” cujos membros a acompanharam até a morte. Dotada de poderes supranormais, a jovem “mamma” impressionava quantos dela se aproximavam. Parecia ler nas consciências e tinha sempre a solução justa para os mais difíceis casos.

   Em 1370, deu-se um fato místico que mudou a vida de Catarina: sua “morte mística”. Em um êxtase, Catarina morreu e ouviu as seguintes palavras de Deus: “A salvação dos homens exige que tu voltes à vida. Mas não viverás mais como até agora. O pequeno quarto não será mais tua costumeira moradia; pelo contrário, para a salvação das almas deverás sair de tua cidade. Estarei sempre contigo na ida e na volta. Levarás o louvor do meu nome e a minha mensagem a pequenos e grandes, a leigos, clérigos e religiosos. Colocarei em tua boca uma sabedoria, à qual ninguém poderá resistir. Conduzir-te-ei diante de papas, de bispos e de governantes do povo cristão a fim de que por meio dos fracos, como é do meu feitio, eu humilhe a soberba dos fortes”. De fato, a partir daquele dia Catarina começou a sentir-se “como que outra pessoa”! Naquela época, o Sumo Pontífice morava em Avinhão, na França, e deixara como responsável pelo Estado Pontifício na Itália o cardeal legado Pedro d’Estaing. Este, para reprimir as pretensões políticas do Duque de Milão, fizera aliança com a Rainha de Nápoles e o Rei da Hungria, e entregara a um general inglês – John Hawkwood – a chefia das tropas pontifícias. Catarina, então já em contato com grandes teólogos, jurisconsultos e artistas de Sena, percebeu o perigo da guerra entre esses príncipes cristãos. Como solução pacificadora, idealizou a realização de uma grande Cruzada contra os mulçumanos e começou a enviar longas cartas-mensagens a todo mundo.

   Em 1375, para organizar a Cruzada pacificadora, Catarina vai à cidade de Pisa. Esta sua visita ficou famosa porque foi então que recebeu de Cristo o doloroso dom das chagas ou estigmas.

   Em 1376, havia se formado na Itália uma Liga ou Aliança de 80 cidades e castelos contra o poder político-religioso de Roma. O Papa, de Avinhão, reagiu com a arma de que dispunha, lançando o Interdito contra Florença, principal responsável pela situação. Privada de seus direitos de fé e de comércio, a cidade toscana recorreu a Catarina de Sena; queria que fosse a Avinhão em nome de seu governo, para negociar a paz. A jovem Mantellata começou mandando duas cartas a Gregório XI, com sugestões sobre a reforma da Igreja: que o papa afastasse de seus cargos os “membros” apodrecidos, que voltasse ele mesmo a Roma, que procurasse pacificar a cristandade. Depois, encaminhou-se para a França. Antes de voltar à Itália, Catarina encorajou quanto pôde o Papa a fim de que retornasse a Roma. Gregório XI deixou de fato Avinhão aos 13 de setembro.

   Em 1378, faleceu Gregório XI e foi substituído por Urbano VI. Em Florença, ainda submetida ao Interdito papal, a situação tornava-se cada dia mais tensa. Convidada outra vez a servir de intermediária, Catarina dirigiu-se para lá. Numa sedição popular, enfrentou corajosamente um cidadão mais exaltado que ameaçava matá-la. O tratado de paz foi firmado no dia 28 de julho. Durante os meses seguinte, Catarina recolheu-se em Sena, onde ditou o Diálogo. Ainda não acabara de fazê-lo, quando ocorreu em Roma o acontecimento que mais deveria causar-lhe sofrimentos e que, afinal, a levaria à morte: a eleição do antipapa Clemente VII. Por expressa ordem do verdadeiro papa, ela foi à Cidade eterna, acompanhada de diversos discípulos. Chegando no dia 28 de novembro, logo falou aos cardeais fiéis ao Papa sobre a gravidade do cisma. Segundo quanto diz o B. Raimundo de Cápua, logo depois, o papa Urbano VI tomou a palavra e acrescentou: “Vede, meus irmãos, como nos tornamos desprezíveis aos olhos de Deus, deixando-nos tomar pelo medo. Esta pobre mulher nos envergonha!”.

   1380 – A jovem sobretudo orava a Deus pela unidade da Igreja; no dia 15 de fevereiro ditou sua última carta ao B. Raimundo de Cápua, então na cidade de Gênova. Entre outras coisas, dizia: “Quando são nove horas da manhã e eu deixo a igreja onde estive para a missa, vós vereis uma defunta que se dirige à igreja de São Pedro. Então começo de novo a trabalhar pela barca da Santa Igreja. Fico ali até às 15 horas. Gostaria de não deixar aquele lugar, nem de dia nem de noite, até que pudesse ver este povo mais calmo e em paz com o seu pai. O corpo não mais se alimenta, nem mesmo com uma gota de água. Com tão grandes sofrimentos corporais, os quais para mim são doces e desde algum tempo suporto, minha vida pende por um fio”. Sabemos que a partir do dia 4 de março, já não conseguiu mais levantar-se do leito. Em seus êxtases, elevava a Deus fervorosas preces, que os discípulos tiveram o cuidado de transcrever. Catarina faleceu aos 29 de abril, repetindo dezenas de vezes: “Pequei, pequei Senhor; tem piedade de mim”.

   1461 – Foi canonizada por Pio II.

   1970 – O papa Paulo VI a declarou Doutora da Igreja.

Fonte: “O Diálogo”. Ed. Paulus.

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